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29 outubro 2014

#Projeto642 - Por um tempo.

     Riscando mais um item da pequena lista de 642 coisas para escrever. Escolhi pular o item dois e para para o terceiro porque eu já tenho um texto pronto que se encaixa perfeitamente.
O escrevi há um tempo atrás quando estava passando por um período difícil fazendo TCC para um curso técnico. Aliás, foi também quando fechei meu antigo blog. E mesmo que tenha voltado a escrever, admito que não tenho mais o costume de escrever em papel como fazia antes.
Espero que gostem, meus caros fantasminhas.





3. O que costumava fazer, porém não faz mais.


São 18:55 da tarde. O cursor preto pisca sem parar na tela branca e me irrita.
Procuro alguma frase decente para escrever, mas acabo por escrever qualquer coisa apenas para fazer o cursor andar, apenas para preencher o vazio angustiante que se estende a minha frente.

Faz tempo que não escrevo. Muito tempo.
Antigamente costumava fazer isso o tempo todo, em cadernos, em folhas soltas, em qualquer espaço vazio que tinha ao meu alcance. Apreciava a caneta deslizando pelo papel, as manchas de tinta em minhas mãos, minha letra curvada sobre o branco e poder segurar todas aquelas folhas juntas como se fosse algo importante.
A contradição é que nunca gostei realmente de algo que já escrevi, devo ter no máximo uns três ou quatro textos, no máximo dez que gosto, os outros me irritam, parecem infantis. Não suporto lê-los. Mas dói muito pensar em jogá-los fora. Ruins ou não ainda são meus, não se joga um filho na rua só por ser malcriado. Então deixo-os todos juntos em meus cadernos de folhas pardas e recicladas. Eles zombam de mim em minha estante.

19:04
Agora escrevo em computadores, em notebooks com teclados macios e silenciosos. É mais prático. Todos os textos novos agora ficam longe de minha vista, em alguma pasta entre outras no computador.
Não consigo me decidir se amo ou odeio a possibilidade de editar depois. Penso que facilita a escrita de um livro, mas como nunca passo de 3 capítulos em qualquer projeto acaba por ser minha tristeza. Antes tudo o que escrevia ficava ali sob minha vista. Agora, a qualquer indício de arrependimento, um trecho inteiro some em um piscar de olhos e nunca mais o terei.
Então tenho que me controlar quando vou apagar, porque ás vezes mesmo as frases ruins servem pra algo depois, mesmo que você não note a princípio.


19:10
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. Ás vezes a mente fica vazia por um tempo. As palavras fogem como gatos ariscos em ruelas sombrias em uma noite fria.
Mas então.
            De repente.
                               De repente uma ideia surge do nada, como se fosse um interruptor ligado e desato a escrever sem parar pra refletir, porque se penso demais a ideia foge como se tivesse ficado assustada, e uma vez perdida nunca mais encontrada.

19:17
Na maioria dos dias desejo ser lida. Penso em como seria dar autógrafos, conversar com fãs, ser reconhecida na rua não por aparecer na tv, mas por ter escrito algo bom. Penso como seria digitar o nome do meu livro no google e encontrar milhares de blogs comentando e resenhando. Penso em como ficaria feliz de encontrar fotos de estantes com meu livro entre uma porção de outros nas redes sociais. Penso como seria entrar em uma livraria e vê-lo ali, com sua capa nova, seu cheiro de impressão recente, sua lombada sem nenhuma marca, apenas esperando algum leitor qualquer, como eu, entrar ali, pegá-lo da estante e levá-lo para casa onde será lido sabe-se lá quantas vezes. Penso que não me importaria com as críticas porque só o fato de ter sido publicado significa que enfrentei o pior crítico do mundo: eu mesma.

19:28
E então... Então penso que não quero ser lida jamais. Porque sou ruim demais.
Sou infantil e tola, não escrevo nada muito original e não tenho frases filosóficas, não tenho trechos belos que serão repetidos em tumblrs acompanhados de fotos bonitas. Não tenho nenhuma reflexão muita profunda que ninguém durante toda a existência da humanidade já não tenha pensado. Não escrevo o tipo de romance policial inteligente que questione a política e faça observações sarcásticas e rápidas sobre a mídia, o machismo e excesso de poder para poucos.
E o pior de tudo vem agora:
                            Não consigo terminar nada que começo a escrever.
Talvez seja inexperiência, falta de tempo, falta de maturidade, ou criatividade. Talvez eu só precise de mais alguns anos. Mas quantos? 2, 5, 10 ou 15?

19:35
Minha adorável consciência confortadora me consola repetindo: “tudo bem, você pode escrever para si mesma por agora, no futuro seus netos poderão pegar esses velhos cadernos e apreciarem, talvez até questionarem o que sua avó pensava quando mais jovem e como era aquele mundo de uns cinquenta, ou sabe-se lá quantos anos, atrás. E talvez, apenas talvez, você seja daqueles casos, como os pintores, de só ter seu livro publicado e famoso depois que já não estiver mais aqui e então você será eternizada”.

Eternizada.
Eu me pergunto: Eu quero ser eternizada?
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Não. Quero dizer, não que eu reclamaria se acontecesse, mas não é algo realmente importante, não de verdade. Afinal eu tenha consciência de que não sou nenhum Shakespeare.

19:41
Agora eu volto ao princípio.
Sendo lida ou não, imortalizada ou não. Eu gosto de escrever. Muito. E eu fazia muito isso antes. Agora quase não tenho escrito mais, mas sinto falta.
Se pegar meus cadernos e cadernetas para conferir verá lá uma porção de textos, trechos e até mesmo frases soltas dedicadas inteiramente ao meu amor pela escrita, meu carinho pelas palavras, mesmo que não saiba muito bem como usá-las.
Ás vezes penso que deveria parar com isso, afinal quão lamentável é alguém que escreve o quanto gosta de escrever porque não faz ideia do que realmente escrever?
Ler é muito mais fácil. É tão simples. É tão ótimo, agradável e - quando a história é viciante - rápido.

19:46
Logo fará uma hora desde que comecei isso - seja lá o que for isso.
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Sou meio dramática, não? Deve ser um mal de família ou algo assim. O fato de eu ter apenas 17 anos também deve ajudar. Adolescentes tendem a ver as coisas maiores do que são. Talvez seja porque tudo parece eterno nessa idade. As possibilidades são muitas, e o futuro parece lindo, mesmo que incerto.
Além do mais gosto de prolongar, afinal estou matando a saudade. Eu tento esticar minhas palavras porque quero transformá-las em 300 páginas. Mas essa mágica não existe.

19:55
É isso ai. Uma hora inteira. Dá pra acreditar? Você - seja lá quem for - que está lendo deve ter levado apenas minutos para chegar até aqui. É divertido pensar que estamos em linhas de tempo paralelas. É como se fosse ficção científica. Eu levo uma hora e você um minuto. Se sente mais rápido? Pode até pensar que tem super poderes, eu deixo.
Acho que não tenho mais nada agora, ou talvez eu tenha. Mas creio que já enchi demais a sua paciência. Então vou ficar por aqui e talvez eu volte em um outro dia para preencher mais alguma outra página em branco.
Obrigado por ler, mesmo que grande parte disso – seja lá o que exatamente for isto – não faça sentido pra muita gente.


20:00 FIM.

Dengeki Daisy



Se existe um mangá shoujo (mangá feminino) mais próximo da perfeição, este é Dengeki Daisy.
 

Tenho a consciência de que a maioria das garotas leitoras não curtem mangás, mas eu tenho um vício incontrolável por histórias, não importa de que modo elas são contadas. E Dengeki Daisy é uma história pela qual eu me apaixonaria mesmo se fosse livro, série ou anime.
Agora se você adora mangás e ainda não conhece DD você  precisa conhecer e terá um grande motivo para passar a madrugada em claro na ânsia de saber o que irá acontecer nessa história super envolvente.


Sinopse: A jovem Teru Kurebayashi vivia sozinha com seu amado irmão mais velho, seu único parente, até o dia em que ele sucumbiu a uma terrível doença e faleceu. Antes de morrer, ele havia deixado com sua irmã um celular para que ela pudesse trocar mensagens com Daisy, uma figura misteriosa e anônima, que passaria a cuidar e consolar a jovem a partir de então. Daisy era a única pessoa com quem Teru poderia contar, até o dia em que a menina quebrou acidentalmente uma janela do colégio onde estuda e Tasuku Kurosaki, o zelador "delinquente", transformou-a em sua "escrava", forçando-a a trabalhar para ele, já que a mesma não tinha dinheiro para pagar pela janela. Estando Kurosaki sempre por perto quando Teru precisa de ajuda.

No geral eu sou extremamente suspeita para falar sobre esse mangá porque ele é o meu favorito, superando até mesmo Kaichou wa Maid Sama. Mas vou tentar ao máximo me controlar.



Primeiramente a história é muito mais do que a sinopse conta.
 A Teru possui um celular para se comunicar com seu misterioso guardião chamado Daisy, porém tudo não passa de mensagens, ela não sabe como é sua aparência, quantos anos ele tem e nem sequer desconfia de que na verdade Daisy é um famoso hacker que estava envolvido em algo muito grande com seu irmão mais velho.
Enquanto ela tenta seguir sua vida normalmente na escola onde os ricos abusam dos bolsistas e onde é "explorada" pelo zelador delinquente que a obriga a fazer suas tarefas como recompensa pelo prejuízo de quebrar uma janela da escola, há pessoas por trás apenas esperando uma chance para capturar Daisy.



Kurosaki é o zelador da escola, ele é terrivelmente mal-humorado, preguiçoso, arrogante e irritante, mas também se torna uma pessoa confiável que está sempre por perto para ajudá-la. E Teru precisa de muita ajuda, porque quando diversas pessoas querem ir atrás dela por causa do projeto do seu irmão falecido e por causa de Daisy, ela não tem mais ninguém para protegê-la.

Mais adiante ela encontra antigos amigos do seu falecido irmão e vai passo à passo desvendando o mistério da vida dele e quem é famoso hacker Daisy.

Recheado de segredos do começo ao fim, o mangá é repleto de tensão. Possui ação, hackers poderosos capazes de corromperem um país, romance, muita comédia e principalmente amizade, um ponto muito valorizado em quase todos os animes e mangás.

O que mais me agradou nesse mangá, além do mistério, foi que, diferente dos tradicionais shoujos, a protagonista não é uma garota boba que fica suspirando por ai. Ela entende as coisas e luta quando precisa lutar. Teru é uma garota gentil, esforçada e defende quem é importante pra ela.
Além disso a história também não é previsível e há bastante foco para a galera da informática, os deixando um tanto "heróificados" como se os hackers, os programadores de computadores e decodificadores de códigos fossem espiões secretos.
Sem falar do gráfico do mangá que é muito bem feito. O desenho da Motomi (a autora) é lindo e ela consegue ser bastante versátil, desenhando bem tanto garotas quanto garotos, sejam cenas românticas ou cenas de ação.

Foi a partir deste mangá que conheci os outros trabalhos da Motomi, que também são incríveis e valem a pena serem conferidos.
Ela é uma desenhista bastante criativa e esforçada. Tem o costume de conversar com os leitores e sempre tenta melhorar seus trabalhos. Na verdade, com o decorrer dos seus lançamentos é possível ver seus avanços em desenhos, se comparados seus primeiros mangás com Dengeki Daisy.

Para Ler Online aqui! ^^. Infelizmente só tem traduzindo até o capítulo 49 y.y. 

Enfim, a Motomi Kyousuke é uma verdadeira diva mangaká e seus trabalhos valem a pena.
Super recomendo.



23 outubro 2014

#Projeto - 642 coisas sobre as quais escrever!

Olá, meus caros fantasmas (e pessoas divas que comentaram *---*).

Estou aqui para falar sobre o projeto 642 Coisas Sobre As Quais Escrever.
Eu não faço ideia de onde surgiu - que bela blogueira, hein? postando projeto e nem sabe das coisas u.u - nem quando começou. Só sei que, em um belo dia vagando pelo vasto facebook, encontrei um grupo com esse nome. Achei super interessante e decidi tentar. Afinal, o que seria mais incrível para quem gosta de escrever do que um projeto de escrita?


Como o próprio nome do projeto já diz, consiste em uma lista de 642 itens, sobre os quais você deve escrever. Pode seguir a ordem da lista ou simplesmente embaralhar tudo. Pode fazer um de cada vez ou vários de uma só vez. O importante é escrever.

O link do grupo é esse aqui ↵


 Eu não sei ainda se irei seguir a ordem ou escrever aleatoriamente. Na verdade, esquece. Vou fazer como me der na telha u.u. É mais fácil.

Então aqui vamos. A primeira coisa sobre a qual escrever.


1.  Narre sua aparência como se fosse personagem de livro.

E mais uma vez lá estava ela, sentada perto da janela.
Desta vez o livro não a tinha prendido o suficiente porque seu olhar estava perdido lá fora e não nas páginas amarelas do livro de capa dura que segurava em seu colo como algo precioso.
Ela era pequena, era verdade. Do tipo comum que ninguém repararia a menos que estivesse sozinha ou se estivesse argumentando sobre algo, porque era um tanto quanto obstinada. Talvez tão obstinada quanto seus rebeldes cachos castanhos.
Possuía um punhado de certezas num bolso e dúvidas no outro. Seus olhos castanhos eram do tipo que não revelavam nada, eram do tipo que podia guardar segredos tão antigos quanto o tempo.
E tinha uma mania irreparável de sempre muito ler, muito escrever, muito querer saber.
Porque se tinha algo que a definia era o seu vicio por histórias e sua paixão imutável pelas palavras.

Curtinho, não?
Espero que gostem.